Entrevista para o jornal Folha de S.Paulo, na reportagem “Massa de ar seco mantém umidade baixa em São Paulo nos próximos dias”, publicada no dia 10/09/2013. Veja abaixo a matéria completa.
Massa de ar seco mantém umidade baixa em São Paulo nos próximos dias
A Prefeitura de São Paulo voltou a decretar estado de atenção nesta terça-feira depois que a umidade do ar atingiu média de 28%, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), órgão municipal responsável pela previsão meteorológica. O tempo seco deve continuar pelo menos até o fim de semana.
Toda a cidade registrou nível de umidade abaixo de 60%, valor considerado desejável pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Os bairros que entraram em atenção, no entanto, foram Pirituba, Perus, Freguesia do Ó, Vila Maria, Santana, São Miguel Paulista, Itaim Paulista, Mooca, Vila Prudente, Butantã, Lapa e Sé.
Segundo estudo da Unicamp, índices de umidade relativa do ar inferiores a 30% caracterizam estado de atenção; de 19% a 12%, estado de alerta; e abaixo de 12%, estado de emergência. O deserto do Saara registra em média umidades entre os 10% e 15%.
“A umidade está baixa porque há um bloqueio atmosférico, o que impede a formação de nuvens. Mas o tempo deve ficar mais úmido a partir da próxima semana, já que há a previsão de frente fria”, explica o meteorologista do CGE Adilson Nazário.
O calor também deve continuar nos próximos dias. Segundo o CGE, as temperaturas devem ficar entre os 16ºC e os 28ºC na quarta-feira, podendo subir ainda mais na quinta.
PAÍS
O tempo ficou seco em quase todos os Estados das regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, além de algumas áreas no Norte e Nordeste do país.
De acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais), a baixa umidade se deve à presença de uma massa de ar quente e seco. Assim como em São Paulo, a situação deve permanecer a mesma pelos próximos dias nessas regiões.
SAÚDE
A baixa umidade pode causar ou agravar doenças respiratórias, cardiovasculares e oculares. A Defesa Civil recomenda que as pessoas evitem praticar atividades físicas ao ar livre entre 10h e 16h.
Especialistas recomendam que as pessoas se hidratem e mantenham os ambientes úmidos. Colocar bacias com água ou panos molhados dentro de casa minimizam os impactos do tempo seco.
Sem prevenção, podem ocorrer ressecamento da pele e de mucosas do nariz e da garganta, dificuldade para respirar e irritação nos olhos.
A otorrinolaringologista Eliézia Alvarenga, do Hospital Samaritano, recomenda lavagens nasais com soro fisiológico para combater o ressecamento das vias. “É preciso evitar ambientes com ar condicionado e procurar ventilar mais a casa”, afirma.
Idosos e crianças são os que mais sofrem. A pediatra Fátima Rodrigues Fernandes, do Hospital Infantil Sabará, disse que, desde o início do inverno, aumentou o fluxo de pacientes no pronto-socorro pediátrico.
“Em dias de tempo seco e baixa umidade, o movimento aumenta até 60%, sobretudo devido a doenças inflamatórias nas vias aéreas”, afirmou.