O engasgo segue sendo uma das principais causas evitáveis de morte no Brasil, especialmente entre bebês e idosos. Segundo estatísticas de 2024 do Ministério da Saúde, 2.471 pessoas morreram no país em decorrência de engasgos. O impacto é ainda mais preocupante nas faixas etárias mais vulneráveis: mais de 60% das vítimas (1.522 pessoas) tinham mais de 60 anos, e no grupo com mais de 80 anos, foram registradas 771 mortes, número que representa 30% de todos os óbitos e metade das mortes entre idosos. Esses dados mostram como o risco aumenta substancialmente a cada década de vida.
Como forma de enfrentar esse problema crescente, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) atualizou suas recomendações sobre o manejo do engasgo. Agora, para vítimas conscientes (crianças acima de 1 ano, adultos e idosos) a orientação é realizar cinco golpes nas costas seguidos de cinco compressões abdominais ou torácicas, de acordo com a idade e as condições da pessoa. Já os bebês com menos de um ano seguem protocolos específicos, sem compressões abdominais, devido ao risco de lesões graves.
Nos casos em que a vítima perde a consciência, as diretrizes são diretas: parar as manobras de desobstrução, chamar o serviço de emergência e iniciar a reanimação cardiopulmonar (RCP) até a chegada de ajuda profissional.
A ABORL-CCF reforça que educação salva vidas. Capacitar pais, familiares, cuidadores, professores e profissionais que trabalham em ambientes coletivos é decisivo para reduzir mortes evitáveis. Ampliar o acesso a treinamentos e incluir esse tema em escolas, restaurantes, academias e centros comunitários deve ser uma prioridade nacional.
As recomendações completas podem ser consultadas em:
https://aborlccf.org.br/nota-foniatria-e-laringologia-engasgo-e-manobras-de-desobstrucao-das-vias-aereas-conhecimento-salva-vidas/
Este debate ganha ainda mais relevância às vésperas do Dia Mundial da Disfagia, celebrado em 12 de dezembro, uma data que reforça a importância de reconhecer sinais de dificuldade para engolir e agir rapidamente diante de emergências.
A conscientização sobre o engasgo e a capacitação para agir de forma rápida e correta salvam vidas.





