Dormir não é só uma possibilidade para descansar de um dia agitado. É também uma forma de cuidar de nosso corpo como um todo: sistema cardio-circulatório, imunológico, neurológico, memória e aprendizado. Atualmente, já se sabe que uma série de comportamentos ou doenças podem alterar o sono. Os distúrbios do sono são classificados em amplo espectro da insônia a narcolepsia, apneia do sono, sonambulismo, pesadelos, síndrome das pernas inquietas entre outros.
Destacamos a síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono como um distúrbio no qual a respiração é interrompida repetidamente durante o sono, por 10 segundos, tempo suficiente para diminuir a oxigenação e aumentar os níveis de dióxido de carbono no sangue e muitas vezes despertando o paciente. Entre os sinais e sintomas da síndrome desconforto respiratório associado ou não ao ronco, ou respiração ruidosa, sonolência diurna, sono nao reparador, podendo apresentar engasgos e episódios de despertar súbito.
É uma doença crônica, evolutiva, com alta taxa de morbidade e mortalidade, com repercussões gerais hemodinâmicas, neurológicas e comportamentais.
As primeiras medidas a serem tomadas incluem avaliação médica, procurar ter uma boa higiene do sono ou seja ter hábitos rotineiros que facilitam o sono, evitar medicamentos e /ou substancias que estimulam como café, chá preto, coca-cola, perder peso, condicionamento físico, evitar dieta volumosa antes de deitar, avaliar se a mudança de decúbito minimiza um pouco o ronco, alguns medicamentos como sedativos e tranquilizante podem agravar a apneia do sono por aumentar o relaxamento muscular e aumenta a resistência da via aérea. Estes casos geralmente requer acompanhamento multidisciplinar, e podemos estudar o sono através de registros de polissonografia.
O tratamento é individualizado, e sabemos que o uso da pressao de ar positiva nas vias aéreas superiores como CPAP e BiPAP quando bem indicados melhoram muito a qualidade de vida destes pacientes e corrigem alterações hemodinâmicas secundárias aos distúrbios do sono.
Outros procedimentos, como a indicação cirúrgica para correção de eventuais alterações estruturais podem ser necessárias, como correção de deformidade septal, rinite hipertrófica, abordar a cavidade oral como amigdalectomia e uvulopalatofaringoplastia, avanço mandibular, entre outros.
A aderência do paciente a qualquer tratamento depende de uma boa orientação.