Artigo produzido em parceria com Giovana Piovesan Dall‘Oglio e Emi Zuiki Murano, publicado na revista Pneumologia Paulista (Vol. 29, Nº2/2016).
Resumo:
A reintrodução da alimentação oral pós-extubação deve ser reestabelecida de forma segura para garantir o estado nutricional, porém evitando-se broncoaspiração. O ideal é restringir a alimentação ao mínimo, ponderando-se os riscos deste paciente crítico. Apresentamos um protocolo de avaliação médica especializada precoce de disfagia em pacientes que necessitem de ventilação mecânica por mais de dois dias. O protocolo, integrado à equipe multidisciplinar que cuida do paciente, determina o grau de disfagia através de anamnese, exame objetivos de videoendoscopia e videofluoroscopia da deglutição e provas de triagem nas primeiras 24 horas pós-extubação. Quando o paciente não tem sinais evidentes de risco de aspiração e mantém condições clínicas e cognitivas, a alimentação oral poderá ser instituida. Se o risco de aspiração for evidente, exercícios específicos para deglutição, estimulação neuromuscular, controle de secreções, mudança postural e modificação da consistência da dieta são realizados para minimizar o impacto da IOT na função de deglutição. Preconiza-se uma reavaliação em 48 horas. O momento de reintrodução da dieta oral é, portanto, customizada para cada paciente, pois a identificação e a intervenção precoce neste grupo de alto risco podem reduzir as complicações associadas à aspiração e o tempo de internação.